O estudo do espaço urbano adquire destaque devido ao fato de que mais de 80% da população brasileira reside nas cidades, quase sempre nas regiões metropolitanas (DORFMAN, 2015).
A Região Metropolitana é um conjunto de diferentes municípios próximos e interligados entre si, que geralmente surgem a partir uma metrópole, uma cidade central e mais desenvolvida, formando uma grande aglomeração urbana e populacional.
O termo Metrópole vem da Grécia Antiga, baseado na chamada cidade-mãe, que tem influência nas suas cidades vizinhas e polarizando determinadas funções econômicas e sociais, sendo a principal cidade de uma determinada região. De acordo com Dorfman (2015), as decisões políticas e econômicas sobre o território são tomadas nas metrópoles.
No Brasil, o processo de industrialização (e, por consequência, a forte urbanização) ocorreu na segunda metade do século XX, de forma acelerada, generalizada e centralizadora, com o aumento no número de surgimento de cidades, por conta do poder de atração demográfica e da polarização dos setores da economia, indústria e comércio. O êxodo rural também contribuiu para o aumento da população.
Porto Alegre, com sua consolidação urbana e influência como metrópole, tinha 282 mil habitantes no final dos anos 1940; em 1991, tinha mais de um milhão de habitantes. Com o ritmo de desenvolvimento foi reduzido, por conta da diminuição dos espaços industriais na Capital Gaúcha, outros municípios passaram a receber mais contingentes populacionais. Canoas, por exemplo, chegou a 300 mil habitantes em meados dos anos 2000; cidades como Gravataí, São Leopoldo e Novo Hamburgo também tiveram grande aumento populacional nas últimas décadas, face às ofertas de empreendimentos, industriais e comerciais.
Portanto, com este vasto crescimento demográfico, surgiram as manchas urbanas e, por conseguinte, a conurbação, um elo físico entre as malhas urbanas de duas ou mais cidades, não levando em consideração os limites municipais. Outra característica importante de uma Região Metropolitana é a migração pendular diária de pessoas entre as cidades (ou seja, trabalha ou estuda num município e reside no outro, utilizando meios de transporte – ônibus, carro, metrô de superfície, catamarã e outros.